As tecnologias aplicadas na cadeia produtiva do agronegócio revolucionam o setor e melhoram a qualidade da produção já há alguns anos. E o Brasil, assumindo o papel de protagonista no comércio internacional de produtos agropecuários, têm investido cada vez mais em soluções baseadas em tecnologia, fomentando o surgimento do chamado agrotech.
O termo está relacionado à revolução digital aplicada na agricultura, seja em pequena ou grande escala, para otimizar o trabalho na produção rural e pecuária.
Mapeamento de áreas por satélite, pulverização localizada com drones, tecnologias para plantio, irrigação e pulverizações com alta precisão são algumas das aplicações tecnológicas que estão sendo utilizadas para melhorar a performance durante todos os estágios de produção.
Startups integram o setor
Há também startups desenvolvendo diversos outros temas, com projetos na área de segurança alimentar, educação, e-commerce e comercialização agropecuária. Já os principais mercados para a atuação desse tipo de ecossistema integram a produção de soja, milho, pecuária e cana-de-açúcar.
E o mercado para o desenvolvimento de startups para atender ao setor não é pequeno. Em 2019, a soma de bens e serviços gerados no agronegócio chegou a R$ 1,55 trilhão ou 21,4% do PIB brasileiro, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Dado o tamanho e a posição estratégica do Brasil, a probabilidade de obter um crescimento considerável neste nicho é alta, com as startups auxiliando o agricultor em todas as etapas do seu ciclo de produção.
O papel do agrotech na diminuição do desperdício
Segundo o mais recente estudo sobre insegurança alimentar da ONU, quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019 – um aumento de 10 milhões em relação a 2018 e de aproximadamente 60 milhões em cinco anos.
O relatório pede uma transformação dos sistemas alimentares para reduzir o custo de alimentos nutritivos e aumentar a acessibilidade a dietas saudáveis. E, embora as soluções específicas sejam diferentes de país para país, o estudo apela aos governos para que integrem a nutrição em suas abordagens à agricultura, trabalhando para reduzir os fatores que aumentam os custos na produção, armazenamento, transporte, distribuição e comercialização de alimentos – inclusive reduzindo ineficiências e perdas e desperdícios de alimentos.
Nesse sentido, tornar o agro como um todo mais eficiente é uma premissa cada vez mais importante, e a tecnologia é uma aliada de peso na missão de produzir com mais eficiência e economia.
William Martinez
12/07/2021