A cana-de-açúcar é um pilar da economia global, especialmente no Brasil, um dos maiores produtores e exportadores dessa cultura. No entanto, a produção enfrenta desafios contínuos que demandam a adoção de novas técnicas de cultivo para otimizar a produtividade. É certo que os produtores lidam com a necessidade de aumentar a produtividade por hectare, reduzir os impactos ambientais e enfrentar adversidades climáticas. As técnicas tradicionais frequentemente não são suficientes para abordar essas questões de maneira eficaz e sustentável. O uso intensivo de fertilizantes e pesticidas, por exemplo, pode resultar na degradação do solo e na contaminação dos recursos hídricos, prejudicando a longo prazo a viabilidade das lavouras.
Entre essas técnicas, o uso de microrganismos benéficos destaca-se como uma estratégia promissora para aumentar a produção e garantir a sustentabilidade da safra. O aumento da produtividade traz não apenas vantagens econômicas e ambientais, mas também benefícios jurídicos significativos para as usinas e seus parceiros agrícolas. A adoção de técnicas que incorporam microrganismos benéficos pode minimizar impactos ambientais, reduzindo a necessidade de desmatamento e expansão de terras agrícolas. Isso, por sua vez, diminui a incidência de conflitos legais relacionados ao uso da terra e ao meio ambiente.
Com técnicas mais eficientes e sustentáveis, a pressão sobre o desmatamento e a expansão de terras agrícolas diminui. Isso contribui para a preservação de ecossistemas e reduz a exposição a litígios ambientais e multas por desmatamento ilegal. Além disso, a técnica auxilia na preservação e recuperação da saúde do solo e redução da necessidade de fertilizantes e pesticidas químicos, contribuindo para a conformidade com regulamentações ambientais rigorosas. Isso pode evitar sanções e melhorar a reputação das usinas junto aos órgãos reguladores e à sociedade.
Ademais, ao aumentar a produtividade de maneira sustentável, há o fortalecimento da posição das usinas nas negociações de contratos de parceria agrícola. Parceiros agrícolas, incluindo pequenos agricultores, beneficiam-se de práticas mais produtivas e menos custosas, o que pode promover relações de longo prazo mais estáveis e mutuamente benéficas. Por consequência, as usinas que optam por práticas de cultivo mais eficientes e sustentáveis estão em uma posição mais favorável para honrar contratos de compra e venda de produção. A consistência na produção e a qualidade superior do produto trazem impactos econômicos sensíveis quanto à precificação do produto e, consequentemente, aumentam a confiança dos compradores, reduzindo a possibilidade de litígios e rupturas contratuais.
É importante compreender que a técnica de utilização de microrganismos benéficos, como bactérias e fungos, tem o potencial de revolucionar o cultivo da cana-de-açúcar. Como já mencionado, há melhora na saúde do solo, aumento na absorção de nutrientes pelas plantas e melhora no controle de pragas e doenças. Pesquisas mostram que a inoculação de microrganismos específicos no solo pode aumentar significativamente a produtividade das culturas.
Para implementar essas novas técnicas com sucesso, é essencial investir em pesquisa e desenvolvimento, além de fornecer treinamento adequado aos agricultores. A adoção de práticas agrícolas baseadas em microrganismos exige um entendimento profundo dos processos biológicos e ecológicos envolvidos. É essencial, ainda, que governos, instituições agrícolas e entidades de classe trabalhem na criação de políticas de incentivo para a adoção de técnicas sustentáveis. Subsídios para bioprodutos e apoio financeiro para pequenos agricultores podem facilitar a transição para práticas mais ecológicas.
Conclui-se, assim, que a adoção de novas técnicas de cultivo na safra de cana-de-açúcar, com foco nos microrganismos benéficos, é uma forte opção para enfrentar os desafios atuais da produção agrícola, oferecendo soluções promissoras para aumentar a produtividade, melhorar a saúde do solo e reduzir o impacto ambiental. Com investimentos em pesquisa, educação e políticas de incentivo, é possível transformar a cultura da cana-de-açúcar em um modelo de agricultura sustentável e eficiente. Além disso, o aumento da produtividade minimiza os impactos jurídicos, garantindo a conformidade ambiental e fortalecendo os contratos de parceria agrícola e de compra e venda de produção, promovendo relações mais estáveis e benéficas para todas as partes envolvidas.
Janaína Stein
01/08/2024