As práticas de ESG (environmental, social and governance, ou, em português, ambiental, social e governança) se tornaram essenciais na estratégia das empresas. Para sobreviver em um mercado cada vez mais exigente, é preciso deixar um impacto social e ambiental positivo no mundo.
As iniciativas ESG são adotadas de diversas formas. Seja criando programas internos e externos, estabelecendo metas ou assinando pactos, os negócios têm trabalhado para atender às demandas dos consumidores, que valorizam organizações transparentes, seguidoras de boas práticas em relação ao meio ambiente, à sociedade e à própria gestão.
Em paralelo, a pandemia evidenciou ainda mais o tema, que já vinha sendo discutido nos últimos anos. Os negócios que seguem as boas práticas de ESG vêm tendo bons resultados, mesmo em meio a crises como a atual, o que contribuiu para aumentar ainda mais o interesse no tema.
Que colocar o ESG em prática é importante, muitas empresas já sabem. Mas como fazer isso? Quem deve ser o responsável pelas ações dentro da organização? E quais iniciativas as grandes empresas já estão fazendo?
Como as grandes empresas estão colocando ESG em prática?
Para colocar ESG em prática, não basta contratar especialistas no assunto ou criar uma área dedicada a isso. É preciso ir além e promover uma mudança de visão dos executivos, conselheiros e acionistas.
As práticas devem fazer parte da cultura da empresa, permeando todas as estratégias. A ideia é que todos os profissionais tenham consciência sobre as boas práticas relacionadas ao meio ambiente, ao social e à governança sustentável, e que as desenvolvam no trabalho que fazem no dia a dia.
Envolvimento da alta diretoria na estratégia de ESG
Empresas que têm sucesso na aplicação de ESG geralmente possuem uma área de sustentabilidade que é ligada à alta diretoria. É o caso da Via (anteriormente Via Varejo), dona de marcas como Casas Bahia e Ponto.
A pauta ESG sempre esteve presente na história da empresa, mesmo quando as iniciativas não aconteciam com esse nome. Desde a fundação, há 60 anos, a organização busca fortalecer as comunidades em que atua, com iniciativas como formação profissionalizante, geração de trabalho e renda para jovens e microempreendedores.
Com a nova administração, que assumiu a empresa em 2019, essa agenda foi priorizada e ficou ainda mais evidente. Um dos primeiros movimentos foi deixar a área com uma atuação transversal, de modo que possa permear todas as áreas da empresa. Para isso, a diretoria de ESG está ligada ao CEO, Roberto Fulcherberguer, que participa ativamente dessas ações.
Vale ressaltar que , a sustentabilidade deve ser percebida pelos stakeholders em qualquer experiência com as marcas que fazem parte da empresa e que, para isso, é necessário olhar para os processos internos, para que eles sejam aperfeiçoados e transformados.
Além do envolvimento da alta liderança e de um plano estruturado, que contempla o desdobramento de metas, a Via trabalha a cultura da empresa, para que os colaboradores de todos os níveis percebam o valor da sustentabilidade e sejam os principais protagonistas da transformação.
Assim, com os colaboradores contribuindo dentro das suas áreas de atuação, de forma transversal, juntamente com a inserção do tema na agenda estratégica da empresa, o movimento em relação à sustentabilidade ocorrerá de forma verdadeira e alinhada ao negócio.
Iniciativas da Via
Ambiental
No aspecto ambiental, a Via tem 3 pilares de atuação: energia renovável, economia circular e de baixo carbono.
Social
No aspecto social, além do trabalho com a Fundação Casas Bahia, que em 2020 beneficiou mais de 400 mil pessoas diretamente, a Via destaca sua atuação com diversidade e inclusão.
Além dos treinamentos e das campanhas de sensibilização para os colaboradores, a empresa intensificou os grupos de afinidades: Baobá (equidade racial), Via Prisma (LGBTI+), Talentos sem Limites (pessoas com deficiência) e Viabiliza (gênero).
Além disso, a companhia é signatária de diversos apoios e compromissos voluntários:
Como meta, até 2025, o objetivo da Via é ter 42% de mulheres e 45% de negros em cargos de liderança (gerentes e acima).
Fontes: Forbes Brasil, Via, Exame e Trevisan Escola de Negócios
William Martinez
26/07/2021